Taxa SELIC: O que é e Como Afeta seus Investimentos

Saiba o que é a Taxa Selic, como ela funciona, como ela é calculada e para que serve. Entenda como ela influencia seus investimentos.

A Taxa SELIC, ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. É definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central do Brasil responsável por estabelecer diretrizes para a política monetária do país. Neste artigo, vou explorar o que é a Taxa SELIC, como ela é determinada e quais são os impactos de sua variação nos investimentos.

O que é a Taxa SELIC?

A Taxa SELIC é a taxa pela qual o governo remunera os bancos pela concessão de empréstimos de um dia para o outro. Ela é usada como referência para uma ampla gama de operações financeiras no Brasil, incluindo empréstimos entre bancos, operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Central e como base para a remuneração de diversos tipos de investimentos de renda fixa.

O nome da taxa SELIC é derivado da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, uma infraestrutura do mercado financeiro administrada pelo Banco Central. Nesse sistema, são depositados e transacionados títulos públicos federais. As infraestruturas do mercado financeiro desempenham um papel fundamental no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Seu funcionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira e é uma condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão da política monetária.

Assista a esse pequeno vídeo explicativo para entender melhor.

Como a Taxa SELIC é Determinada?

A Taxa SELIC é determinada pelo COPOM em reuniões periódicas ao longo do ano. O COPOM analisa uma variedade de indicadores econômicos, como inflação, atividade econômica, câmbio e condições financeiras globais, para tomar decisões sobre a taxa básica de juros. O objetivo principal do COPOM é manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo, que atualmente é de 3,75% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Qual o impacto da Taxa SELIC nos Investimentos?

  1. Renda Fixa: A Taxa SELIC tem um impacto direto nos investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs e LCIs. Quando a Taxa SELIC aumenta, os retornos desses investimentos tendem a aumentar, pois os bancos e o governo oferecem taxas de juros mais altas para atrair investidores. Por outro lado, quando a Taxa SELIC cai, os retornos dos investimentos de renda fixa tendem a diminuir.

  2. Bolsa de Valores: A variação da Taxa SELIC também pode influenciar a bolsa de valores. Quando a Taxa SELIC está alta, os investidores podem preferir investir em ativos de renda fixa, que oferecem retornos mais seguros e previsíveis. Isso pode levar a uma diminuição na demanda por ações e, consequentemente, a uma queda nos preços das ações. Por outro lado, quando a Taxa SELIC está baixa, os investidores podem buscar ativos de maior risco, como ações, em busca de retornos mais altos, o que pode impulsionar o mercado de ações.

  3. Empréstimos e Financiamentos: A Taxa SELIC também afeta os custos de empréstimos e financiamentos. Quando a Taxa SELIC está alta, os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e financiamentos tendem a ser mais altos, o que pode desencorajar o consumo e o investimento. Por outro lado, quando a Taxa SELIC está baixa, os juros cobrados pelos bancos tendem a ser mais baixos, o que pode estimular o consumo e o investimento.

Quando o Banco Central altera a meta para a taxa SELIC, a rentabilidade dos títulos que são indexados por ela também se altera e, com isso, o custo de captação dos bancos muda. Uma redução da taxa SELIC por exemplo, diminui o custo de captação dos bancos, que tendem a emprestar com juros menores.

Por ouro lado, quando ela sobe ( ), os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. O que acaba desestimulando o consumo e favorece a queda da inflação.

No entanto, quando ela cai ( ), tomar dinheiro emprestado fica mais barato, já que os juros cobrados nessas operações ficam menores, além de estimular o consumo.

Veja o histórico da evolução da taxa Selic.

Administração da Taxa SELIC seguindo padrões internacionais

Em 2013, a International Organization of Securities Commissions (IOSCO) definiu dezenove princípios para a determinação de taxas de juros de referência. A partir de 2014, o Financial Stability Board (FSB) recomendou a adoção de políticas para fortalecer a governança do processo de determinação dessas taxas. Desde então, muitos bancos centrais, incluindo recentemente o Banco Central do Brasil (BCB), têm se empenhado em aprimorar esse processo em seus respectivos países.

Para alinhar o processo de determinação da taxa Selic aos princípios da IOSCO, o BCB desenvolveu o Projeto Selic-IOSCO (2020-2023), como parte da Agenda BC# na Dimensão Competitividade e Eficiência de Mercado, com entregas relacionadas à ação de Taxas Referenciais do Mercado Financeiro.

Para assegurar a manutenção do alinhamento da Taxa Selic aos padrões internacionais, foi criado o Plano Diretor de Acompanhamento da Taxa Selic (PDA-TS), que está em execução. Este plano estabelece diretrizes e ações, sob a responsabilidade do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), para monitorar a formação da taxa Selic, garantindo elevados padrões de governança, qualidade, confiabilidade e transparência, além de assegurar seu alinhamento aos princípios da IOSCO para benchmarks de taxa de juros.

A Taxa SELIC desempenha um papel fundamental na economia brasileira e tem um impacto significativo nos investimentos. Ao entender como a Taxa SELIC é determinada e como sua variação afeta diferentes tipos de investimentos, os investidores podem tomar decisões mais informadas e construir uma carteira de investimentos que esteja alinhada com seus objetivos financeiros e tolerância ao risco.

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  • Paulo Gutemberg

    Empreendedor há mais de 15 anos, MBA em Negócios, Web Writer e Investidor desde 2013.

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